119 anos de Petrolina - História da Cidade

Publicado em 21/09/2014

119 anos de Petrolina - História da Cidade

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No domingo, dia 21 de setembro, o município de Petrolina, no Sertão pernambucano, comemora os seus 119 anos. Para contar um pouco sobre alguns aspectos da trajetória da cidade, o G1 traz depoimentos de filhos de cidade e pessoas que adotaram o município como moradia.
 
 
Euvaldo de Figueiredo Aragão
 
Euvaldo tem 79 anos, ele conta que é nascido e criado em Petrolina. Apesar da formação como agrônomo, alimenta até hoje com lucidez a história da sua cidade natal.
“A área que hoje é Petrolina era chamada 'Passagem de Juazeiro' no século 19. Os tropeiros vinham de outras cidades e acabavam passando pela vila para vender materiais do campo. Quando a população se estabeleceu foi em 1854 e começaram a usar o nome de Petrolina”.
Curioso pela história, Euvaldo relata que nos documentos da época que teve acesso encontrou o termo ' Passagem de Petrolina'. “Aqui nessa região tinha pessoas que eram procuradores do fisco, e algumas dessas pessoas escreviam desta forma no documento. Petrolina pertenceu a Santa Maria da Boa Vista até 1872”, destaca.
Quanto ao 21 de setembro ser comemorado o aniversário da cidade, ele conta que a lei que validava a criação da cidade era de setembro e data foi “A lei é de julho, mas o governo provincial resolveu a elevar a categoria de cidade, a ata é 25 de setembro de 1895. Mas a data que escolheram ao foro de cidade foi 21 de Setembro”.
 
 
 
 
 
Alzir Luiz Maia
 
 
No auge dos seus 74 anos, o funcionário público e petrolinense de coração, Alzir Maia relembra a vinda de uma figura ilustre para a cidade, Dom Antônio Maria Malan, um dos grandes responsáveis por trazer o progresso para a cidade. “Dom Malan tomou posse da diocese no dia 15 de agosto de 1924, ele tinha uma visão futurista muito grande. Passou só sete anos na Diocese de Petrolina”.
E as pessoas falavam que aqui não ia para lugar nenhum, mas ele afirmou que construindo a casa de Deus, tudo cresceria ao redor"
 
Alzir Maia
Segundo Alzir Maia, Dom Malan foi responsável pela criação de vários equipamentos impontantes da cidade. “Houve uma reunião com o prefeito da cidade que era Major Alcides Padilha e com os conselheiros, que são os vereadores de hoje. Dom Malan disse que ia construir uma igreja de pedra, o colégio Maria Auxiliadora e o Dom Bosco. E as pessoas falavam que aqui não ia para lugar nenhum, mas ele afirmou que construindo a casa de Deus, tudo cresceria ao redor”.
 
Alzir Maia explica que os moradores da época alegavam que só tinha areia e que não havia perspectiva para a cidade. “Quando Dom Malan chegou a população tinha quatro mil pessoas e ele que acreditou. Na década de 20, a dificuldade era enorme e ele fez três viagens para conseguir recursos”.
 
Inah Torres
 
 
Outro grande passo para o progresso da cidade foi dado em 1915 com a criação do primeiro jornal, ainda artesanal. “O Pharol” foi fundado por João F. Gomes. A radialista Inah Torres, de 80 anos, fala da sua chegada na cidade em 1971 e o que observou desde então. “O maior jornalista de Petrolina foi Joãzinho do O Pharol que começou a escrever aos 15 anos de idade. As publicações duraram 72 anos e registrou tudo que a população queria saber. Em 1976, acabou o jornal, porque ele já estava doente e faleceu aos 100 anos”, conta.
Ela fala ainda do progressou que foi tomando conta da cidade. “Petrolina foi se tornando grande. Eu cheguei aqui na década de 70 e tinha cerca de 30 mil pessoas”. Contudo, Inah ressalta que o crescimento maior foi quando chegou as universidades e a aplicação da fruticultura irrigada. “Eu vim para Petrolina quando Nilo Coelho era governador do estado e ele tinha disposição. Diziam que ele governava de costas para o mar. Conseguiu muitas coisas já que ele era filho de Petrolina”.
 
 
Elisabet Gonçalves Moreira
 
 
A professora Elisabet Gonçalves Moreira, de 68 anos, mora em Petrolina desde 1976 e acompanhou a implantação de unidades de ensino superior da cidade. “Dei aula na Faculdade de Formação de Professores de Petrolina e fui uma das professoras que lutou pela democratização do poder, desde eleições de departamento a implantação de projetos”.
Ela também foi educadora na Escola Técnica de Pernambuco. “Em 1990, passei em primeiro lugar no concurso e lá também lutava por padrões de qualidade de ensino. Minha visão é  de estimular meu aluno como pesquisadora. Participei de muitos projetos. E também vi chegar a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O que agente vê agora é um outro olhar, um olhar mais democrático".
 
 
Omar Torres
 
 
O empresário e jornalista, de 65 anos, Omar Torres, acompanhou a fase inicial de estruturação da economia e desenvolvimento de Petrolina. “Cheguei em 1980, há 34 anos atrás e ao longo desse tempo observei que a economia puxou a estruturação da cidade, o que não é comum em cidades do mesmo porte".
Junto com essa questão do crescimento econômico também chegaram os componentes do desenvolvimento. "Observamos o saneamento da cidade, a viabilização das vias de acesso, o que demostra claramente um crescimento. Escolhi viver em Petrolina, porque percebi desde o começo as grandes potencialidades da cidade".