Publicado em 09/06/2017
Brasil consta da lista por violar a Convenção que trata sobre o direito de sindicalização e de negociação coletiva.
Nota conjunta assinada pelas principais centrais sindicais do País repercutiu a decisão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que incluiu o Brasil na lista de casos de países que violam normas internacionais do trabalho.
Este ano o Brasil consta da "lista longa" de 40 casos por violar a Convenção 98 da OIT, que trata sobre o direito de sindicalização e de negociação coletiva. Porém o caso brasileiro não foi incluído na chamada "lista curta" dos 24 casos a serem analisados na Comissão de Aplicação de Normas da OIT na 106ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT.
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) destacaram que a denúncia feita por elas ecoo no órgão internacional.
"Além disso, o caso não será arquivado, como falsamente foi divulgado pela imprensa. Pelo contrário, ele será retomado em qualquer um dos órgãos de controle da OIT e caso o projeto de lei de reforma trabalhista seja aprovado, se consolidará como nova denúncia na próxima Conferência da OIT em 2018", diz a nota das centrais.
Leia na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO: BRASIL É DENUNCIADO NA OIT
As centrais sindicais brasileiras, Central dos Sindicatos Brasileiros - CSB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, Central Única dos Trabalhadores - CUT Brasil, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores - UGT e Nova Central Sindical de Trabalhadores - NCST, presentes na 106ª Conferência Internacional do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho - OIT, vêm a público esclarecer sobre a inclusão do Brasil na lista de casos de países que violam normas internacionais do trabalho.
Este ano o Brasil consta da "lista longa" de 40 casos por violar a Convenção 98 da OIT, que trata sobre o direito de sindicalização e de negociação coletiva. Porém o caso brasileiro não foi incluído na chamada "lista curta" dos 24 casos a serem analisados na Comissão de Aplicação de Normas da OIT nesta Conferência.
A denúncia que as centrais brasileiras fizeram ecoou na Comissão de Aplicação de Normas da OIT, tendo amplo apoio de organizações de trabalhadores de diversos países. Além disso, o caso não será arquivado, como falsamente foi divulgado pela imprensa. Pelo contrário, ele será retomado em qualquer um dos órgãos de controle da OIT e caso o projeto de lei de reforma trabalhista seja aprovado, se consolidará como nova denúncia na próxima Conferência da OIT em 2018.
A OIT é uma organização tripartite, e a inclusão na lista de casos a serem analisados é feita sempre por consenso entre as representações de todo o mundo. A posição defendida pelo setor patronal e o governo brasileiro em conjunto com o capital internacional para que o Brasil não entrasse na lista de casos da OIT deste ano comprova a estratégia de desregulação e precarização das relações de trabalho no Brasil e no mundo, estratégia que tem sido constantemente denunciada pelas centrais brasileiras e confederações sindicais internacionais.
Diferentemente do que disse o relator da proposta de reforma trabalhista, deputado federal Rogerio Marinho (PSDB), em Genebra, Suíça, e divulgado pela imprensa brasileira, a OIT, por meio da Comissão de Peritos e do seu Departamento de Normas, declarou que a proposta de reforma trabalhista infringe, sim, as Convenções 98, 151 e 154, ao prever que negociações entre patrões e empregados se sobreponham a lei.
Vale destacar que frente ao grave cenário de ataques a direitos sociais, trabalhistas e sindicais, as centrais brasileiras convocaram um ato público e unitário para o dia 12 de junho, às 18 horas, em frente à Organização das Nações Unidas - ONU, na Place des Nations, em Genebra, Suíça, ainda no marco da Conferência Internacional do Trabalho da OIT. O ato denunciará os ataques aos direitos da classe trabalhadora, a organização sindical e a crescente violência promovida pelo Estado brasileiro.
Central dos Sindicatos Brasileiros - CSB
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB
Central Única dos Trabalhadores - CUT Brasil
Força Sindical
União Geral dos Trabalhadores - UGT
Nova Central Sindical de Trabalhadores - NCST
(Fonte: Brasil 247)