Desemprego cresce e atinge 12,8 milhões, diz IBGE

Publicado em 28/05/2020

Número de trabalhadores com carteira assinada, sem contar domésticos, recuou para 32,2 milhões de pessoas, o menor nível da série histórica

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O desemprego aumentou no Brasil e atingiu 12,8 milhões no trimestre encerrado em abril deste ano, de acordo com a PNAD Contínua, divulgada nesta quinta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Portanto, o dado já inclui o impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho.

De acordo com a pesquisa, houve um aumento de 898 mil pessoas à procura de emprego em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando 11,9 milhões de brasileiros estavam sem trabalho.

Outro dado que chamou a atenção, conforme os dados do IBGE, foi a quantidade de brasileiros com carteira assinada, que recuou ao menor nível da série histórica. Agora, 32,2 milhões de pessoas possuem emprego formal no Brasil.

O mercado de trabalho já sente os impactos da pandemia de coronavírus, que levou ao isolamento social como tentantiva de conter a disseminação do vírus. Segundo o IBGE, a população ocupada teve queda recorde de 5,2%, em relação ao trimestre encerrado em janeiro, representando uma perda de 4,9 milhões de postos de trabalho, que foram reduzidos a 89,2 milhões.

A maior parte dos 4,9 milhões que saíram da população ocupada veio do comércio. Do total, 1,2 milhão vieram do comércio, 885 mil saíram da construção e 727 mil, dos serviços domésticos.

De acordo com Adriana Beringuy, analista da pesquisa, os dados podem estar relacionados às medidas de isolamento social. “Várias famílias podem ter dispensados os seus trabalhadores domésticos em função dessa questão do isolamento. É uma queda bastante acentuada”, explica.

Por outro lado, o rendimento médio real recebido pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.425 no trimestre encerrado em abril, sendo o maior da série histórica.

“Esse aumento pode estar associado ao fato de que os trabalhadores informais, que ganham menos, foram o grupo que mais saiu da ocupação. Os que ficaram foram trabalhadores que relativamente têm salários maiores. Agora temos uma situação de menos trabalhadores informais e o rendimento médio acaba sendo calculado em cima de quem permaneceu no mercado de trabalho”, diz Adriana.

Desalentados e subutilizados

O levantamento do IBGE também mostra dados sobre a população que trabalha, mas gostaria de trabalhar mais horas por dia, e também as pessoas que simplesmente desistiram de conseguir trabalho, os desalentados.

De acordo com o instituto, a população desalentada está estimada em 5 milhões de pessoas - um recorde da série histórica. Trata-se de um aumento de 7% em relação ao trimestre anterior e uma estabilidade em relação ao mesmo período de 2019.

Sobre a população subutilizada, ou seja, pessoas que procuram emprego ou têm serviço, mas poderiam trabalhar mais, totaliza 28,7 milhões de pessoas. Também é um recorde da série histórica, com alta de 2,3 milhões pessoas em relação ao trimestre imediatamente anterior (havia 26,4 milhões de pessoas nessa situação).

Informais

Até a informalidade teve queda. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (10,1 milhões de pessoas) caiu 13,2% em relação ao trimestre anterior e 9,7% contra o mesmo trimestre de 2019.

O número de trabalhadores por conta própria caiu para 23,4 milhões de pessoas, uma redução de 4,9% em relação ao trimestre anterior e de 2,1% frente igual período de 2019.

A taxa de informalidade foi de 38,8% da população ocupada, representando um contingente de 34,6 milhões de trabalhadores informais, o menor da série, iniciada em 2016. No trimestre anterior, a taxa havia sido 40,7% e no mesmo trimestre de 2019, 40,9%.

Fonte: R7