Publicado em 30/08/2018
A negociação não envolve apenas a questão salarial. Inclui cláusulas que também dizem respeito às condições de trabalho
Os trabalhadores do comércio estão vivenciando uma das mais longas e difíceis negociações. Resultado do cenário econômico de crise provocado pelo governo Temer, aliado à insensibilidade de patrões que parecem enxergar nos trabalhadores apenas uma mão de obra descartável.
A negociação teve início quando o Sintcope encaminhou no dia 30 de janeiro a proposta para reajuste do piso salarial da categoria. Somente quase três meses depois é que a entidade patronal apresentou contraproposta. A primeira reunião aconteceu apenas no dia 4 de maio. Desde então, foram realizadas quatro reuniões. A negociação avançou pouco. O Sintcope propõe um piso salarial para categoria de R$ 1.100, chegou a ceder para R$ 1.080 (o atual é R$ 1.024). Já os patrões sinalizaram reajuste de apenas 2,2% o que elevaria o piso da categoria para R$ 1.046,52.
Entretanto, a negociação não envolve apenas a questão salarial. Inclui cláusulas que também dizem respeito às condições de trabalho. Os patrões querem colocar na Convenção Coletiva todos os itens da chamada Reforma Trabalhista - aprovada sem qualquer discussão com a sociedade e cujos efeitos já demonstraram ser desatrosos, precarizando as relações de trabalho e reduzindo a remunerção dos trabalhadores.
Os patrões querem que o trabalhor pegue no batente no 1º. de maio, um feriado reconhecido mundialmente. Além disso, estão propondo que a quebra de caixa para o trabalhador seja reduzida de 15% para 8%. Eles querem ainda que a homologação das rescisões não aconteça no sindicato Até no aviso prévio eles querem mexer!
A carta está disponível na íntegra aqui.