Sintcope manifesta preocupação com cenário econômico para trabalhadores

Publicado em 05/06/2019

Para Dilma, o argumento de que a Reforma da Previdência vai aumentar o número de empregos é pouco convincente

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O índice de Confiança de Serviços, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 3,1 pontos de abril para maio. Essa foi a quarta queda consecutiva do indicador, que acumula perdas de 9,2 pontos. Com isso, o índice chegou a 89 pontos, em uma escala de zero a 200. Os dados mais recentes do IBGE apontam mais de 13 milhões de desempregados e impressionantes 28,4 milhões de trabalhadores subempregado.

Esses são apenas dois indicativos de que a economia do país está patinando. Um cenário que tem preocupado os trabalhadores.  “Nós temos presenciado na área central de Petrolina lojas fechadas, trabalhadores sendo demitidos e esse é um cenário que nos preocupa, principalmente porque o governo não tem apresentado propostas para a geração de emprego”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Petrolina (Sintcope), Dilma Gomes.

Para Dilma, o argumento de que a Reforma da Previdência vai aumentar o número de empregos é pouco convincente. “Esse discurso é repetitivo. Já na época da Reforma  Trabalhista a gente alertava que retirar direitos além de não gerar empregos iria aumentar a informalidade e precarizar as relações de trabalho. Está aí o resultado. O desemprego atingiu 12,7% no primeiro trimestre de 2019 e cada vez mais trabalhadores estão indo para a informalidade. Hoje um em cada quatro brasileiros está trabalhando em condição precária, sem direitos, de acordo com IBGE”, disse.

Comparação com o modelo atual - Atualmente uma pessoa pode se aposentar por idade pelo INSS – 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres) – e com no mínimo 15 anos de contribuição. Ou por tempo de contribuição ao INSS: 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres). Essa modalidade de tempo de contribuição será paulatinamente extinta. A proposta do governo Bolsonaro determina 65 anos de idade mínima para homens e 62 anos para mulheres, além de pelo menos 20 anos de contribuição.  Pela proposta, para alcançar o benefício integral o trabalhador terá de contribuir por 40 anos. Como a média de tempo que uma pessoa passa empregada caiu para nove meses. Com isso, para comprovar 40 anos de contribuição, seriam necessários 58 anos de trabalho. “Na prática significa que praticamente ninguém conseguirá comprovar tempo suficiente para receber o teto”, alerta Dilma.